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Cai número de interessados pela carteira de motorista em Alagoas, revela estudo

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CNH não é mais um documento prioritário entre os alagoanos; redução no número de solicitações reduz a cada ano

 Número de interessados em retirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) caiu 31% em Alagoas entre 2014 e 2017, conforme revela pesquisa feita pela empresa Ipsos, a partir de dados fornecidos pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

Ao fazer um comparativo entre o primeiro semestre de 2017 e 2018, 4.755 solicitações de certificados para emissão da CNH deixaram de ser feitas. Em fevereiro deste ano, apenas quatro solicitações foram contabilizadas em todo o Estado.

João Batista Neto, presidente do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Alagoas (SindCFC-AL), diz que os CFC?s “estão à beira de uma crise e isso é reflexo das incertezas na economia”, por isso atribuiu a baixa na procura pela primeira habilitação ao desemprego e ao aumento do custo de vida dos brasileiros.

O Estado é um dos únicos do país que possui a CNH mais barata. Em média, o candidato a condutor tem de desembolsar R$ 1.350 para conseguir uma habilitação na categoria B, que o autoriza a dirigir automóvel, caminhonete, camioneta e utilitário.

Nas cinco regiões do país, entre homens e mulheres de todas as faixas etárias, a emissão de CNH vem caindo desde 2015. O volume total passava dos 3 milhões em 2014, mas, no ano passado, recuou para 2,1 milhões.

Os analistas estão de olho, especialmente, no comportamento dos jovens dos 18 aos 21 anos, nicho tradicionalmente mais ávido por ostentar a carteira de motorista como sinal de independência e status.

No levantamento, divulgado no fim do primeiro semestre de 2018, a Ipsos identificou queda de 20,6% na quantidade anual de carteiras emitidas de 2014 para 2017 nessa faixa etária. Nordeste e Sudeste foram as regiões em que o declínio se mostrou mais contundente.

Uma outra pesquisa, feita pela Junior Mackenzie Consultoria, mostrou que 55,4% dos jovens brasileiros entre 18 e 22 anos não tiraram a CNH. Os pesquisadores, porém, atentam para outro dado: a falta de interesse do jovem em dirigir. Uma das explicações seria que a carteira de motorista não encabeça mais os sonhos de consumo dos jovens.

A pesquisa revela também que a estabilidade econômica do Brasil, neste período de turbulenta recessão e indefinição política, influencia o poder de compra dos jovens e seus responsáveis, o que acaba influenciando para deixar um documento tão sonhado como última opção, e até mesmo desnecessário.