Redução de salários foi maior neste ano
Os acordos de redução salarial fechados entre sindicatos e empresas resultaram em uma queda média de 20,4% no valor do salário dos trabalhadores neste ano, contra 18,5% do ano passado, segundo o Salariômetro da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Os dados do boletim mostram que, em 2017, foram fechados 149 acordos para reduzir o salário e a jornada de profissionais. Neste ano, até novembro, o total é de 55. De acordo com o professor Hélio Zylberstajn, a queda no número de acordos para reduzir salário e jornada mostra que a crise no emprego está longe de acabar.
“Essa é uma solução que você usa muito mais no começo da recessão, com a esperança de que ela não vai durar. A tendência vai ser usar cada vez menos, o que ainda reflete que estamos em um mau momento”, afirma ele. O Salariômetro aponta ainda queoreajuste médio nas remunerações foi de 2,9% neste ano, o que mostra aumentos salariais abaixo da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que ficou em torno de 4%, em média, em 2018. Só em novembro a média dos reajustes foi maior, de 4,4%. Para Zylberstajn, os reajustes abaixo da inflação também refletem a crise econômica.
“A inflação estava baixa há um ano atrás, estava rodando em 2%. Quando ela pulou para 3,5% e 4%, o espaço para o aumento real desapareceu, pois houve a greve dos caminhoneiros.” A análise geral que ele faz do mercado de trabalho neste anoéque as previsões sobre a reforma trabalhista feitas por governo e sindicatos não se concretizaram. De acordo com o especialista, não houveacriação de vagas esperada nemaprecarização dos empregos já existentes.