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É falso que álcool gel não funcione; vinagre não é eficaz contra vírus

Circula no WhatsApp o vídeo de um homem que se identifica como “químico autodidata” para afirmar que o álcool gel não seria eficaz na prevenção do contágio pelo novo coronavírus e que a utilização do produto favorece a disseminação de doenças como a própria Covid-19. Além disso, ele defende a higienização das mãos com vinagre. As informações são falsas e o Conselho Federal de Química já desmentiu. 

O vídeo começou a ser propagado no início da pandemia no Brasil, mas continua sendo compartilhado. “O álcool em gel e nada é exatamente a mesma coisa. Pelo contrário, ele é até mais perigoso do que não passar nada. O álcool não mata nada, apenas esteriliza. O álcool só consegue matar fungos e bolores, ou seja, bactérias e vírus não são eliminados com álcool. O agente gelatinoso é um veículo para que se crie bactérias dentro dele, então em vez de prevenir, é o contrário, quem usa está se contaminando. Para a assepsia completa das mãos deve ser usado o vinagre”, afirma Jorge Gustavo, como se identifica no vídeo.

Após conhecimento do vídeo, o Conselho Federal de Química (CFQ) divulgou uma nota para desmentir as informações, além de reconhecer o álcool em gel como um dos meios de prevenção à Covid-19. 

“O álcool etílico é um eficiente desinfetante de superfícies/objetos e antisséptico de pele. Para este propósito, o grau alcoólico recomendado é 70%, condição que propicia a desnaturação de proteínas e de estruturas lipídicas da membrana celular, e a consequente destruição do microrganismo. O etanol age rapidamente sobre bactérias vegetativas (inclusive micobactérias), vírus e fungos, sendo a higienização equivalente e até superior à lavagem de mãos com sabão comum ou alguns tipos de antissépticos degermantes”, informa a nota assinada pelo presidente da entidade, José de Ribamar Oliveira Filho, ao referenciar informações do Ministério da Saúde quanto ao produto. 

O CFQ lembrou que não reconhece o título de “químico autodidata” e que denunciou a atitude ao Ministério Público. “Cabe salientar que o CFQ não reconhece como válida a autodenominação de “químico autodidata” ou a de pessoas que atuem nas atividades da Química sem o devido registro profissional. Constatadas irregularidades no que tange à qualificação e ao registro profissional, o Sistema CFQ/CRQs oferecerá denúncia cabível junto ao Ministério Público, observando a devida proteção à população”, disse a nota, que foi publicada em fevereiro de 2020.

Recomendações 

A utilização do álcool gel para higienização das mãos na prevenção à Covid-19 é recomendada pelaOrganização Mundial de Saúde (OMS) ,pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS (ANS) Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a comercialização do produto para essa finalidade. 

Vinagre

O vinagre não ajuda na prevenção do contágio pelo novo coronavírus, como foi defendido no vídeo. Lásaro Linhares Stephanelli, farmacêutico e professor-pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), afirma que a composição do vinagre não elimina o novo coronavírus.

“Isso não é verdade. O vinagre é um produto que contém em sua composição uma substância chamada ácido acético, mas ela não tem um efeito antisséptico capaz de destruir microorganismos, então não devemos usar o vinagre para fazer assepsia das mão, diz em neste vídeo.

A recomendação, ressalta o farmacêutico, é a utilização do álcool gel. “A indicação é a lavagem das mãos com água e sabão por tempo igual ou superior a 20 segundos. Não sendo possível, podemos utilizar o álcool gel 70%, que vai garantir a assepsia e a destruição dos micro-organismos, inclusive o coronavírus”, orienta Lásaro. 

Alagoas Sem Fake

Com foco no combate à desinformação, a editoria Alagoas Sem Fake verifica, todos os dias, mensagens e conteúdos compartilhados, principalmente em redes sociais, sobre assuntos relacionados ao novo coronavírus em Alagoas. O cidadão poderá enviar mensagens, vídeos ou áudios a serem checados por meio do WhatsApp, no número: (82) 98161-5890. Clique aqui para enviar agora.