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HGE alerta que a mistura de álcool e medicações é nociva à saúde

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Em pleno mês de férias e, faltando pouco tempo para o Carnaval, o distanciamento da rotina é um dos desejos mais desejados nesta época, seja através de viagens, de festas ou de celebrações mais intimistas. É quando uma cerveja gelada é a pedida, um drink é exibido nas mídias sociais, um espumante é sinônimo de alegria. Mas, o que não é tão feliz assim é a combinação com remédios sem indicação profissional, pois essa atitude gera riscos a saúde, que podem estragar toda a programação.

A farmacêutica Michelle Oliveira, do Hospital Geral do Estado (HGE), ressalta que é comum, antes ou após uma festa, as pessoas procurarem farmácias e drogarias em busca de medicamentos que possam combater dores, alergias, diarreia e outros sintomas, resultantes do descuido alimentar ou consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Entre os itens mais procurados estão analgésicos, antiácidos, protetores gástricos e antieméticos, para evitar vômito.

“O que muita gente não sabe, ou ignora, é que esses sintomas podem ser de uma doença mais grave, como uma hipertensão que pode gerar infarto ou AVC [Acidente Vascular Cerebral]. Por isso é muito importante o acompanhamento de um profissional capacitado para conceder a melhor orientação. Além disso, a combinação com o álcool pode resultar em efeitos indesejáveis, agravando ainda mais o estado de saúde”, alertou Michelle Oliveira.

Para a ressaca, os analgésicos são frequentemente utilizados para o combate à dor de cabeça, mas a farmacêutica explica que, quando ingeridos com álcool, causam tonturas, perda de coordenação motora e diminuição dos reflexos. Já o uso do ácido acetilsalicílico concomitantemente com álcool pode irritar a mucosa que reveste o estômago e causar até hemorragia gastrintestinal. Os anti-inflamatórios em geral podem causar danos ao fígado quando ingeridos com bebida alcoólica.

Aguardando a melhora do marido, a dona de casa Maria José da Silva, de 57 anos, salientou que já sofreu reação alérgica após tomar por conta própria um remédio para verminoses. “Foi horrível, fiquei toda vermelha. Precisei voltar para a farmácia para que me dessem outro medicamento que resolvesse as manchas vermelhas que apareceram na pele. Depois disso nunca mais fiz isso. Só tomo meus chazinhos e, se não melhorar, vou a uma unidade de saúde”, disse.

A sua sobrinha, Stefanny Armando da Silva, de 21 anos, também acrescentou que já misturou bebida alcoólica com remédio. “Eu bebia todo fim de semana. Certa vez estava com dor de cabeça e tomei remédio para passar a dor. Depois saí para curtir com os amigos. Eu tive até medo na hora que tomei, mas na hora eu só pensei em ficar boa para não perder de estar com eles. Não fiquei boa, só fiquei mesmo depois que descansei”, contou.

Para a farmacêutica do HGE, atos iguais a de Stefanny acontecem com muita regularidade em todo o mundo. “É um grave problema de saúde pública mundial. As pessoas não tem consciência de que o remédio, por mais inocente que pareça, é uma droga que vai causar algum efeito no organismo. Esse efeito pode solucionar ou agravar tudo, permitindo o risco de que a alegria almejada termine em sofrimento no hospital”.